Para termos uma noção, recém nascidos a termo nascem com o perímetro cefálico em torno de 35cm, e seu aumento no primeiro ano de vida ocorre, em geral, da seguinte forma:.
nascimento a 3 meses: crescimento de 2 cm/mês
4 meses a 6 meses: crescimento de 1 cm/mês
7 meses a 12 meses: crescimento de 0,5 cm/mês
E aí, seu filho fez o acompanhamento certinho do crescimento da cabeça?
Na caderneta do bebê existe o gráfico do perímetro cefálico, peça para seu pediatra anotar em toda a consulta. :)
Mioclonia é o nome que damos para os movimentos rápidos e abruptos de contração muscular que muitas vezes lembram "choques", e podem acontecem em apenas um membro (braço ou perna), um lado inteiro do corpo ou até mesmo em todo o corpo.
Muitas vezes esses movimentos durante o sono preocupam os pais e cuidadores e podem ser confundidos com convulsão/epilepsia, sendo queixas frequentes no pediatra e no neurologista.
A mioclonia benigna do sono geralmente surge nos primeiros 15 dias de vida do bebê e tende a desaparecer no primeiro ano de vida. A causa ainda não é completamente conhecida, acreditando-se ser de fundo genético já que normalmente há história familiar positiva.
Esse tipo de mioclonia acontece apenas durante o sono, sumindo quando a criança acorda. Ela dura alguns segundos e pode acontecer de maneira repetitiva durante o sono. Normalmente acomete mais as mãos e os pés, podendo a cada hora mudar de lado ou de membro. Frequentemente elas diminuem ou até mesmo param quando seguramos levemente o membro que está tremendo.
as mioclonias benignas do sono, como o nome já diz, só acontecem durante o sono (mesmo nos cochilos durante o dia podem ocorrer)
sempre param quando o bebê acorda
não causam choro, irritação nem mudança na posição dos olhos
o desenvolvimento do bebê continua adequado e dentro do esperado para a idade
Existe uma outra forma de mioclonia do sono que é conhecida como mioclonia do início do sono ou sleep start. São mioclonias, ou seja, movimentos involuntários rápidos e abruptos causados por contração muscular, que ocorrem na transição entre o sono e o despertar. Esse tipo de mioclonia tende a ser mais "forte", envolvendo mais partes do corpo e desta forma, muitas vezes acordam a pessoa com aquela sensação de queda. Você já deve ter sentido alguma vez né?
Bom, independente disso, se você presenciou algum movimento do seu bebê que o preocupou, filme e mostre ao seu pediatra! Ele avaliará a filmagem e, se necessário, encaminhará para um neurologista. ;)
Mantenha-se calmo e acalme as pessoas ao seu redor;
Se possível, anote horário que iniciou a crise e quando acabou;
Acomode a criança em local sem objetos dos quais ela pode se debater e se machucar;
Utilize material macio para acomodar a cabeça da criança como por exemplo: um travesseiro, casaco dobrado ou mesmo seu colo
Posicione a criança de lado de forma que o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos) escorram para fora da boca;
Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor por completo;
Ao término da convulsão a criança poderá se sentir cansada e confusa, ou até mesmo sonolenta. Explique o que ocorreu e permaneça do seu lado. Se ela quiser dormir, não tem problema.
Se seu filho nunca convulsionou antes, leve imediatamente ao médico.
Se seu filho tem epilepsia, observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.
Tão importante quanto saber o que fazer, é saber o que não se deve fazer durante uma convulsão de modo a não piorar a situação.
Não impeça os movimentos da vítima, apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la. Isto é, não tente segura-la e evitar que se debata. Isso pode machucá-la.
Nunca coloque a mão dentro da boca da vítima, nem qualquer objeto. As contrações musculares durante a crise convulsiva são muito fortes e inconscientemente a pessoa poderá mordê-lo. Não se preocupe, ela não vai enrolar a língua e se sufocar. Deixe-a deitada de lado.
Não jogue água no rosto da vítima. Nem ofereça água ou medicação por boca até que ela esteja completamente acordada e respondendo perguntas.
A epilepsia é uma doença cerebral que tem diversas causas associadas que levam a predisposição de ocorrer descarga elétrica nos neurônios de forma desordenada.
Isto é, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada focal; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, são generalizadas.
Consideramos que alguém tem epilepsia quando se enquadra em uma das 3 opções:
1- Ter apresentado 2 crises epilépticas, que não foram causadas por drogas, febre, distúrbios metabólicos, em intervalo maior de 24h. Ou seja, tenha crises recorrentes não provocadas.
2- Ter apresentado uma crise não provocada porém apresentar algum fator de risco para recorrência da crise, como alteração estrutural do cérebro.
3- Ter uma crise epiléptica que se enquadre em uma síndrome epiléptica conhecida
A epilepsia é relativamente comum. Estima-se que 1 a 2 pessoas em um grupo de 10 indivíduos tem epilepsia. Desta forma, teriam cerca de 3 milhões de pessoas com epilepsia somente no Brasil.
A epilepsia pode ter causa genética ou adquirida. Dentre as causas adquiridas estão: traumatismo craniano levando a lesão cerebral, AVC, meningite ou encefalites que causaram lesão cerebral permanente, tumores cerebrais, anóxia neonatal, malformações cerebrais, entre outros.
A epilepsia pode ser classificada de acordo com os sintomas durante a crise epiléptica. Desta forma, ela é classificada entre crise focal (quando começa apenas em uma área do cérebro) ou crise generalizada (quando acomete desde o início todo o cérebro). Além disso, pode ser subdividida em crise com início motor (quando há movimentação de algum grupo muscular) ou não motor (não há nenhuma alteração motora).
As crises focais podem ser divididas em perceptivas (quando durante todo o episódio a pessoa fica acordada e lúcida) ou disperceptiva (se em algum momento da crise a pessoa para de responder, perdendo a consciência -- não precisa fechar os olhos ou "desmaiar", basta estar "desligada" do ambiente).
O diagnóstico da epilepsia é feito por meio da avaliação da história contada pelo paciente ou familiares, com informações sobre os tipos de crise apresentados, a idade de início dos sintomas, a história familiar, entre outras. Além de realização de exames complementares para auxiliar no diagnóstico, como o eletroencefalograma e a ressonância magnética do cérebro.
O diagnóstico apropriado da epilepsia e do tipo de crise apresentado pelo paciente permite a escolha do tratamento adequado o qual será realizado com medicamentos para controle das crises.
Uma das dúvidas frequentes é se toda criança que apresenta uma convulsão tem epilepsia.
Vamos entender primeiro o que é uma convulsão!
Toda convulsão ou crise convulsiva é uma crise epiléptica na qual existe abalo motor, isto é, algum fator levou a uma predisposição momentânea no cérebro para gerar corrente elétrica a qual vai desencadear a convulsão.
Em outras palavras, a convulsão acontece por causa de uma falha na condução elétrica no cérebro, levando à maior atividade elétrica em algum ponto suscetível deste, o que provoca os sintomas da crise convulsiva (abalos musculares, perda da consciência, salivação, e em alguns casos perda esfincteriana – diurese e evacuação espontânea durante as crises).
E a epilepsia?
Para considerar que uma pessoa que apresentou uma crise convulsiva tem epilepsia ela deverá ter mais de uma convulsão em um intervalo maior de 24h. Portanto a pessoa poderá ter uma crise convulsiva e não ter o diagnóstico de epilepsia.
Isso pode ocorrer pois o fator que levou a ocorrência da convulsão foi transitório como uma infecção já tratada que não deixou sequela, uma febre alta em crianças menores, desidratação grave levando a alteração metabólica, um trauma craniano, entre outros.
Dados americanos estimam a ocorrência de crises convulsivas em cerca de 5% da população. É uma condição muito frequente, em todas as idades, especialmente em crianças nos primeiros anos de vida.
Desta forma, uma pessoa pode ter uma ou duas convulsões pontuais durante sua vida toda e neste caso, dizemos que o paciente teve crise, convulsão, mas não tem epilepsia.
Portanto, nem todos que apresentam convulsão terão epilepsia. ;)