10 sinais de alerta para o autismo

19 abril, 2021



O Transtorno do Espectro Autista, como é um transtorno do neurodesenvolvimento, apresenta sinais desde cedo.


São muitos os sinais de alerta durante os primeiros anos da criança que podem indicar autismo, alguns são:


1- Contato visual pobre: as crianças, desde recém-nascidos, se conectam com seus pais olhando nos olhos, por pelo menos 2 segundos. Perceba se seu filho olha nos seus olhos durante a amamentação.


2- Atenção compartilhada: crianças desde bebês (a partir de 3 meses) já sorriem quando estão felizes. A partir dos 6 meses já querem compartilhar com os pais os interesses. Outro exemplo é que quando apontamos algum objeto para eles, as crianças acompanham com o olhar para ver o que é.


3- Pouco uso de gestos: Com 1 ano as crianças já apontam para as coisas, dão tchau, batem palmas.


4- Nem sempre olham quando chamados: Os bebês desde cedo aprendem a procurar a voz dos pais quando as ouve, e olham quando são chamados. A não resposta ao nome ou não realizar gestos sociais como das tchau e mandar beijo quando solicitados, pelo menos após os 12 meses, é um alerta.


5- Não imitam ou brincam de faz de conta: A partir dos 12 meses a criança já deve ser capaz de imitar. Já com 2 anos, é capaz de brincar de faz de conta.


6- Não fala ou fala poucas palavras aos 24meses: as crianças começam as primeiras palavras com sentido aos 12 meses, até os 18 meses devem estar falando por volta de 15 palavras com sentido. Aos 2 anos, já devem ter um repertório maior de palavras e estar juntando, pelo menos, duas palavras, como “quero água”.


7- Dificuldade de lidar com mudança de rotina: podem inclusive entrar em crise


8-  Interesse restrito ou hiperfoco: sabem muito sobre um assunto de interesse, mais do que o esperado para a idade, ou só se interessam por uma coisa.


9- Maior interesse por objetos que pessoas


10- Hipersensibilidade a estímulos e/ou seletividade alimentar: podem ter maior sensibilidade a sons, luz, ao toque e a texturas. Muitas vezes levando a seletividade alimentar devido a texturas diferentes, por exemplo.





 

A importância do Perímetro Cefálico

26 março, 2021

O perímetro cefálico é a medida realizada para ver o tamanho da cabeça do bebê. O médico que está avaliando a criança usa uma fita métrica a qual passa por toda a circunferência da cabeça, desde a glabela (região entre as sobrancelhas) até a protuberância occipital (parte de trás da cabeça).

Usa-se essa medida para saber como está o crescimento da mesma em relação a idade do bebê. Temos um gráfico padronizado que mostra os valores normais para o perímetro cefálico em cada mês de vida da criança desde o nascimento até 5 anos de idade. Desta forma, colocando a medida no gráfico, podemos avaliar se o tamanho está normal, menor do que o esperado ou maior que o esperado.

Essa medida é importante como parte da avaliação do desenvolvimento cerebral da criança e ajuda a detectar alterações neurológicas na criança, como a microcefalia ou hidrocefalia, permitindo o diagnóstico e tratamentos precoces. Esse é mais um dos motivos importantes de ter uma avaliação frequente e regular com o pediatra

Crescimento:

Para termos uma noção, recém nascidos a termo nascem com o perímetro cefálico em torno de 35cm, e seu aumento no primeiro ano de vida ocorre, em geral, da seguinte forma:.

  • nascimento a 3 meses: crescimento de 2 cm/mês

  • 4 meses a 6 meses: crescimento de 1 cm/mês

  • 7 meses a 12 meses: crescimento de 0,5 cm/mês

E aí, seu filho fez o acompanhamento certinho do crescimento da cabeça?

Na caderneta do bebê existe o gráfico do perímetro cefálico, peça para seu pediatra anotar em toda a consulta. :) 





 

Seu bebê treme quando dorme?

26 março, 2021

Você já viu acontecerem uns tremores nas mãos ou pés do seu bebê enquanto ele dorme? Já ouviu falar em mioclonia benigna do sono?

Mioclonia

Mioclonia é o nome que damos para os movimentos rápidos e abruptos de contração muscular que muitas vezes lembram "choques", e podem acontecem em apenas um membro (braço ou perna), um lado inteiro do corpo ou até mesmo em todo o corpo.

Muitas vezes esses movimentos durante o sono preocupam os pais e cuidadores e podem ser confundidos com convulsão/epilepsia, sendo queixas frequentes no pediatra e no neurologista.

A mioclonia benigna do sono geralmente surge nos primeiros 15 dias de vida do bebê e tende a desaparecer no primeiro ano de vida. A causa ainda não é completamente conhecida, acreditando-se ser de fundo genético já que normalmente há história familiar positiva.

Esse tipo de mioclonia acontece apenas durante o sono, sumindo quando a criança acorda. Ela dura alguns segundos e pode acontecer de maneira repetitiva durante o sono. Normalmente acomete mais as mãos e os pés, podendo a cada hora mudar de lado ou de membro. Frequentemente elas diminuem ou até mesmo param quando seguramos levemente o membro que está tremendo.

É importante saber algumas características que diferenciam esses movimentos de epilepsia: 

  • as mioclonias benignas do sono, como o nome já diz, só acontecem durante o sono (mesmo nos cochilos durante o dia podem ocorrer)

  • sempre param quando o bebê acorda

  • não causam choro, irritação nem mudança na posição dos olhos

  • o desenvolvimento do bebê continua adequado e dentro do esperado para a idade

Existe uma outra forma de mioclonia do sono que é conhecida como mioclonia do início do sono ou sleep start. São mioclonias, ou seja, movimentos involuntários rápidos e abruptos causados por contração muscular, que ocorrem na transição entre o sono e o despertar. Esse tipo de mioclonia tende a ser mais "forte", envolvendo mais partes do corpo e desta forma, muitas vezes acordam a pessoa com aquela sensação de queda. Você já deve ter sentido alguma vez né?

Bom, independente disso, se você presenciou algum movimento do seu bebê que o preocupou, filme e mostre ao seu pediatra! Ele avaliará a filmagem e, se necessário, encaminhará para um neurologista. ;) 





 

Dica: o que fazer e não fazer se seu filho convulsionar

26 março, 2021

Presenciar uma crise convulsiva pode ser bastante assustador, principalmente se tratar de seu filho ou filha, mas é de suma importância saber o que fazer na hora para garantir o melhor para a pessoa, ne?

O que fazer?

  • Mantenha-se calmo e acalme as pessoas ao seu redor;

  • Se possível, anote horário que iniciou a crise e quando acabou;

  • Acomode a criança em local sem objetos dos quais ela pode se debater e se machucar;

  • Utilize material macio para acomodar a cabeça da criança como por exemplo: um travesseiro, casaco dobrado ou mesmo seu colo

  • Posicione a criança de lado de forma que o excesso de saliva ou vômito (pode ocorrer em alguns casos) escorram para fora da boca;

  • Afrouxe um pouco as roupas para que a pessoa respire melhor por completo;

  • Ao término da convulsão a criança poderá se sentir cansada e confusa, ou até mesmo sonolenta. Explique o que ocorreu e permaneça do seu lado. Se ela quiser dormir, não tem problema.

  • Se seu filho nunca convulsionou antes, leve imediatamente ao médico.

  • Se seu filho tem epilepsia, observe a duração da crise convulsiva, caso seja superior a 5 minutos sem sinais de melhora, peça ajuda médica.

Tão importante quanto saber o que fazer, é saber o que não se deve fazer durante uma convulsão de modo a não piorar a situação.

O que não deve ser feito durante a crise convulsiva: 

  •  Não impeça os movimentos da vítima, apenas se certifique de que nada ao seu redor irá machucá-la. Isto é, não tente segura-la e evitar que se debata. Isso pode machucá-la.

  • Nunca coloque a mão dentro da boca da vítima, nem qualquer objeto. As contrações musculares durante a crise convulsiva são muito fortes e inconscientemente a pessoa poderá mordê-lo. Não se preocupe, ela não vai enrolar a língua e se sufocar. Deixe-a deitada de lado.

  • Não jogue água no rosto da vítima. Nem ofereça água ou medicação por boca até que ela esteja completamente acordada e respondendo perguntas.







 

Você sabe o que é epilepsia?

10 março, 2021

A epilepsia é uma doença cerebral que tem diversas causas associadas que levam a predisposição de ocorrer descarga elétrica nos neurônios de forma desordenada.

Isto é, durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se. Se ficarem restritos, a crise será chamada focal; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, são generalizadas.

Definição:

Consideramos que alguém tem epilepsia quando se enquadra em uma das 3 opções:

1- Ter apresentado 2 crises epilépticas, que não foram causadas por drogas, febre, distúrbios metabólicos, em intervalo maior de 24h. Ou seja, tenha crises recorrentes não provocadas.

2- Ter apresentado uma crise não provocada porém apresentar algum fator de risco para recorrência da crise, como alteração estrutural do cérebro.

3- Ter uma crise epiléptica que se enquadre em uma síndrome epiléptica conhecida

A epilepsia é relativamente comum. Estima-se que 1 a 2 pessoas em um grupo de 10 indivíduos tem epilepsia. Desta forma, teriam cerca de 3 milhões de pessoas com epilepsia somente no Brasil.

A epilepsia pode ter causa genética ou adquirida. Dentre as causas adquiridas estão: traumatismo craniano levando a lesão cerebral, AVC, meningite ou encefalites que causaram lesão cerebral permanente, tumores cerebrais, anóxia neonatal, malformações cerebrais, entre outros.

Classificação:

A epilepsia pode ser classificada de acordo com os sintomas durante a crise epiléptica. Desta forma, ela é classificada entre crise focal (quando começa apenas em uma área do cérebro) ou crise generalizada (quando acomete desde o início todo o cérebro). Além disso, pode ser subdividida em crise com início motor (quando há movimentação de algum grupo muscular) ou não motor (não há nenhuma alteração motora).

As crises focais podem ser divididas em perceptivas (quando durante todo o episódio a pessoa fica acordada e lúcida) ou disperceptiva (se em algum momento da crise a pessoa para de responder, perdendo a consciência -- não precisa fechar os olhos ou "desmaiar", basta estar "desligada" do ambiente).

Diagnóstico:

O diagnóstico da epilepsia é feito por meio da avaliação da história contada pelo paciente ou familiares, com informações sobre os tipos de crise apresentados, a idade de início dos sintomas, a história familiar, entre outras. Além de realização de exames complementares para auxiliar no diagnóstico, como o eletroencefalograma e a ressonância magnética do cérebro.

O diagnóstico apropriado da epilepsia e do tipo de crise apresentado pelo paciente permite a escolha do tratamento adequado o qual será realizado com medicamentos para controle das crises.




 

Convulsão e Epilepsia são a mesma coisa?

10 março, 2021

Uma das dúvidas frequentes é se toda criança que apresenta uma convulsão tem epilepsia.

Vamos entender primeiro o que é uma convulsão!

Toda convulsão ou crise convulsiva é uma crise epiléptica na qual existe abalo motor, isto é, algum fator levou a uma predisposição momentânea no cérebro para gerar corrente elétrica  a qual vai desencadear a convulsão.

Em outras palavras, a convulsão acontece por causa de uma falha na condução elétrica no cérebro, levando à maior atividade elétrica em algum ponto suscetível deste, o que provoca os sintomas da crise convulsiva (abalos musculares, perda da consciência, salivação, e em alguns casos perda esfincteriana – diurese e evacuação espontânea durante as crises).

 

E a epilepsia?

Para considerar que uma pessoa que apresentou uma crise convulsiva tem epilepsia ela deverá ter mais de uma convulsão em um intervalo maior de 24h. Portanto a pessoa poderá ter uma crise convulsiva e não ter o diagnóstico de epilepsia.

Isso pode ocorrer pois o fator que levou a ocorrência da convulsão foi transitório como uma infecção já tratada que não deixou sequela, uma febre alta em crianças menores, desidratação grave levando a alteração metabólica, um trauma craniano, entre outros.

Dados americanos estimam a ocorrência de crises convulsivas em cerca de 5% da população. É uma condição muito frequente, em todas as idades, especialmente em crianças nos primeiros anos de vida.

Desta forma, uma pessoa pode ter uma ou duas convulsões pontuais durante sua vida toda e neste caso, dizemos que o paciente teve crise, convulsão, mas não tem epilepsia.

Portanto, nem todos que apresentam convulsão terão epilepsia. ;)





 

Você sabe quando deve levar o seu filho ao neuropediatra?

10 março, 2021


Quando ir ao neurologista infantil? 

Normalmente os pediatras são os primeiros a encaminhar a criança para uma avaliação no neurologista infantil quando percebem alguma alteração no desenvolvimento motor ou cognitivo da criança. Por isso é muito importante todas as crianças fazerem acompanhamento regular com o pediatra.

Entretanto, os pais podem procurar o neurologista ou conversar com o pediatra sobre essa possibilidade quando notam alguma alteração no desenvolvimento dos seus filhos, seja uma dificuldade para falar ou andar, quedas frequentes ou gagueira, por exemplo.


Além disso, outras alterações como dor de cabeça frequente, dificuldade escolar, perda de força ou alteração da sensibilidade, bebês hipotônico (muito moles) e outras alterações que os pais notarem em qualquer idade dos filhos até o final da adolescência. 

Exemplos 

de condições que o neuropediatra deve avaliar e ajudar no tratamento são:

  • dificuldade escolar

  • dores de cabeça

  • hiperatividade e déficit de atenção

  • alterações do tamanho ou forma da cabeça

  • tiques

  • epilepsia

  • meningite

  • paralisia cerebral

  • atraso na fala

  • distúrbio no sono e terror noturno

  • autismo

  • doenças neuromusculares ou degenerativas do sistema nervoso central

  • acompanhamento de bebês prematuros

  • entre outros

O neurologista infantil junto com uma equipe multidisciplinar de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos avaliam as crianças e juntos aos pais traçam a melhor forma de tratamento e acompanhamento.




 

Você sabe o que é Neurologia Infantil?

6 março, 2021

O que é Neurologia Infantil?

A neurologia é a área da medicina que estuda o sistema nervoso central, isto é: cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula; é o sistema nervoso periférico: nervos e músculos.

Na neurologia infantil ou neuropediatria esse estudo é focado na criança, desde o nascimento até o jovem adulto. Sua particularidade é que em cada fase da vida da criança há estágios de desenvolvimento do sistema nervoso diferentes que devem ser levados em conta.

Portanto:

O neurologista infantil, também conhecido como neuropediatra, deve entender tanto das condições que podem afetar as crianças como saber o desenvolvimento motor e cognitivo adequado para cada idade.

O médico que escolhe seguir essa área tem dois caminhos possíveis em sua formação. Além dos 6 anos da faculdade de medicina, pode fazer residência médica em pediatra e depois em neurologia infantil ou realizar residência médica em neurologia e depois em neurologia infantil.

Infelizmente, nem sempre temos a cura na neurologia mas nosso objetivo é sempre proporcionar as melhores condições para a criança ter todas as oportunidades de se desenvolver bem e com o melhor bem-estar possível.

 

 

O foco é a qualidade de vida!